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Racionamento de água no DF
-Racionamento de água no DF
Dois dias, sim, um dia, não. Essa foi a cadência de fluxo de água nas torneiras de 16 cidades do Distrito Federal para enfrentar a maior crise hídrica da história de Brasília. A medida afetou cerca de 1,8 milhões de habitantes da cidade e diversos moradores tiveram que comprar caixas d´águas ou estocar o máximo possível de água em baldes e recipientes para conviver com o racionamento de água no DF.
Para se ter uma ideia da dimensão da crise, o principal reservatório da cidade, o da Barragem do Descoberto, chegou a ter menos de 20% de sua capacidade total em plena temporada de chuva. O segundo maior, o da de Santa Maria, encerrou o mês de janeiro com menos de 40% de sua capacidade total. Juntas, essas duas Barragens são responsáveis pelo fornecimento de água para 81,7% da população brasiliense.
É a primeira vez que Brasília enfrenta rodízio de abastecimento sem prazo para acabar. A crise hídrica que castiga a capital e outras partes do Brasil deixa uma mensagem: o uso racional e sustentável da água tem de ser preocupação permanente.
Porquê o DF passa por uma crise hídrica?
Neste ano de 2017, os cidadãos brasilienses enfrentam a maior crise hídrica da história de Brasília. No fim de janeiro, foi decretada situação de emergência pelo GDF, o que provocou o racionamento de água no DF.
Segundo dados da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), os motivos dessa seca são diversos. Entre eles, estão: chuvas abaixo da média histórica, altas temperaturas, ocupação desordenada do solo, captações clandestinas, aumento da população (em média 60 mil por ano, segundo o IBGE) e ausência de obras estruturantes por mais de 16 anos.
Qual Posicionamento dos órgãos responsáveis?
A crise hídrica começou a dar indícios em agosto do ano passado (2016) para o GDF. Após o registro de indícios de uma substancial crise, a Agencia Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (ADASA) iniciou uma campanha que restringiu o uso de água em algumas regiões e veiculou campanhas educativas para um consumo consciente da água e assim tentar evitar o racionamento de água no DF.
A Caesb, por sua vez, chegou até a cobrar multa para consumidores que ultrapassassem o limite de 10 metros cúbicos, além de outras medidas sustentáveis, que, em conjunto com aquela, promoveu uma redução de quase 15% do consumo na água advinda da Barragem do Descoberto.
Quais medidas para sanar o problema?
Existem ,basicamente, duas interpretações técnicas que buscam solucionar o problema de fornecimento hídrico no Distrito Federal: a conscientização da sociedade brasiliense e o investimento em infraestrutura para o fornecimento de maior quantidade de água para a Capital.
No curto prazo, com a finalidade de elevar o fornecimento, a Caesb reativou, em novembro, a captação de 30 litros por segundo do Córrego Crispim, o que beneficiou moradores do Gama. Em São Sebastião, a expectativa é de que essa iniciativa irá fornecer, já em fevereiro, 11 litros por segundo de um poço para reforçar o abastecimento nessa região.
O GDF alega também estar tomando outras medidas para resolver o problema no curto e no médio prazo. Com o intuito de reduzir a dependência de fornecimento hídrico advindo de Descoberto e Santa Maria, que juntas fornecem 81,7% da água consumida pelos brasilienses, o Governo de Brasília está priorizando três projetos de infraestrutura considerável para a captação de água: o subsistema do Bananal, a Barragem de Corumbá e o sistema Paranoá.
Investimentos e prazos para solução do problema
Juntos, esses projetos receberam um aporte de R$ 765 milhões e fornecerão mais de 6.200 litros de água por segundo para os habitantes de Brasília. Além do mais, essas obras irão ampliar o fornecimento de água para novas regiões do Distrito Federal.
No final de 2017, o GDF afirma que irá entregar o subsistema do Bananal. A obra irá beneficiar cerca de 170 mil moradores do Plano Piloto, Cruzeiro e lago Norte.
As obras de Corumbá foram retomadas em 2015. Assim que estiver concluído, o investimento irá atender cerca de 600 mil habitantes nas regiões de Santa Maria, Gama, Valparaíso e Novo Gama. A cidade de Luziânia, no estado de Goiás também será beneficiada já que o investimento é uma parceria do GDF com a Saneago (Saneamento de Goiás). Segundo dados do GDF, Corumbá deve entrar em operação em 2018.
O Sistema Paranoá ainda aguarda a autorização de liberação de recursos federais para o início das obras. A expectativa é de que esse investimento fornecerá o abastecimento hídrico para mais 600 mil moradores do Paranoá, São Sebastião, Lago Norte, Sobradinho I e II, condomínios do Grande Colorado e Planaltina.
Espera-se que essas medidas sejam realizadas de fato e assim se evite o racionamento de água no DF.
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